Ano: 2011

Regras, qual seguir?

Não sou profundo conhecedor de todas as modalidades do botonismo, já que em cada estado há uma variante. Como aprendi a jogar no Rio Grande do Sul, aprendi primeiramente o toque-toque, partindo depois para o um-toque ou regra gaúcha.

O toque-toque é jogado em tabuleiros de menor dimensão e com os botões “puxadores”. Na minha opinião, é a regra ideal para quem quer conhecer o esporte, pois as regras são menos rigorosas do que nos outros padrões de jogo.

Pode-se conduzir a bola indefinidamente até que se erre o passe ou erre o toque do jogador na bola, evidentemente. É mais dinâmico e com maiores possibilidades de chute a gol. Dá pra balançar legal o filó!

Já na regra gaúcha ou um-toque, como o nome pressupõe, o jogador toca a bola, e se tabelar com um botão companheiro, pode dar mais um toque. Aí passa a vez. O legal dessa regra, disputada em mesas maiores, é que o jogo fica mais técnico e menos corrido.

Como você não pode dar vários toques (ou fazer vários passes) para subir o ataque, torna-se fundamental construir a jogada para deixar o atacante em condições de arremate. Aliás, chute a gol não é fácil por causa da distância em relação à meta. A precisão cai bastante. Apesar de exigentes, esses fatores deixam a dinâmica da partida bem mais interessante e complexa.

No mais, as regras do botonismo têm quase os mesmos componentes do futebol de campo: impedimento, bola na mão (sim, na mão do botão!), falta técnica, escanteio etc.

Quer conhecer a fundo a regra gaúcha? Vá direto à página da Liga Gaúcha.

Botonismo é um esporte caro?

Amigos do blog, para que o botonismo se desenvolva como esporte em Mato Grosso do Sul, é preciso que haja uma mínima estrutura para receber praticantes e curiosos. Mas isso não se traduz em despesas altíssimas, não. É muito barato jogar futebol de mesa, acreditem.

A começar pela montagem do time. Na loja Bazar Mimo, em Porto Alegre-RS, um time completo e simples da regra gaúcha (com goleiro, 10 botões, bolinha, palheta e goleira) custa R$ 16,00. Os botões torneados (com melhor acabamento) saem R$ 30,00 a dezena. Já o botão de acrílico comum, o “puxador”, sai por R$ 1 a unidade.

Acessórios em geral são super baratos, como cartela de distintivos a R$ 2,00, traves oficiais a R$ 20,00 o par, e goleiros da regra gaúcha a R$ 5,00. Cores e modelos a escolher.

As mesas são reforçadas e feitas em material de qualidade. São os itens mais caros, porém, de grande durabilidade. Uma mesa oficial da regra gaúcha tem 1,8 metro de comprimento por 1,4 metro de largura e sai por R$ 320 na Bazar Mimo. A semi-oficial, um pouco menor, custa R$ 220. A pequena, R$ 120. A infantil (89 x 63 cm), conhecida como Estrelão, vale R$ 25.

Dá para montar um time de puxadores por R$ 15,00, comprar uma mesa infantil de R$ 25, mais alguns acessórios…  com R$ 50 fecha a conta para dois jogadores. Mas como o esporte é realmente apaixonante, quem começar no Estrelão vai querer migrar para as regras oficiais.

Links bacanas

A foto aí em cima é de meu time de “puxadores” (pelo menos é assim que a criançada chamava esse tipo de botão de acrílico, intermediário entre os “panelinhas” de plástico mole e os “torneados” e “perolados” da regra gaúcha). Note que o goleiro é bem mais largo do que o que aparece à esquerda e também no post anterior. E ele joga em pé, enquanto o outro joga deitado. (Darei detalhes das regras em outro post)

Para quem nunca ouviu falar sobre botonismo e quer conhecer mais sobre o assunto, deixo como sugestão alguns links interessantes.

  • Bazar Mimo – loja em Porto Alegre/RS que considero a Meca do futebol de mesa. Existe há 30 anos no centro da cidade e tem de tudo sobre o esporte. Também oferece mesas para quem quiser tirar uma partida amistosa. Ah, aceita encomendas.
  • Fábrica de mesas Futmesagol – fábrica em São Paulo que produz quadras para as regras gaúcha, paulista e carioca. 
  • Liga Gaúcha – além de ser a página com as notícias dos afiliados e das competições, traz um artigo bacana contando a história do botonismo no país, que surgiu em 1930. Vale a pena conferir.
  • Futebol de Mesa News – site especializado em notícias do botonismo. Dá para perceber pelas notícias como o esporte envolve o pessoal em todo o país para as competições.
  • Blog Escudinhos – não podia deixar faltar um comentário sobre essas mentes criativas que enriquecem o botonismo. E o mais legal é que dá para fazer o download das artes e imprimir por conta própria!

Bem, amigos!

Olá pessoal! Criei este blog para servir de apoio a um projeto que pretendo desenvolver em Mato Grosso do Sul: a prática do futebol de mesa. Quando criança e adolescente, joguei muito botão em Porto Alegre-RS, onde nasci. Já adulto, vivendo e trabalhando em Campo Grande-MS, decidi resgatar esse esporte tão bacana.

O problema é que há semanas procuro alguém que jogue futebol de mesa, ou pelo menos se interesse em praticá-lo… mas está difícil. Primeiro, porque não há lojas especializadas no comércio de botões, mesas, distintivos e demais petrechos. Segundo, porque talvez haja um preconceito em torno do botonismo, uma vez que é associado a “brincadeira infantil”.

Pois bem, nesse blog pretendo difundir informações sobre o futebol de mesa no sentido de introduzir o esporte em Mato Grosso do Sul e contribuir para que mais pessoas se interessem pelo assunto. E também, mostrar que não se trata de brinquedo, mas sim, coisa séria e largamente praticada – por adultos, em sua maioria. No Rio Grande do Sul, assim como em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e outras regiões do país, o botonismo tem regras próprias e até federação.

Fiquem ligados no blog “Futebol de Mesa em MS”, pois quem sabe quando reunirmos um grupo bacana poderemos disputar campeonatos e, quem sabe, fundar uma liga! A primeira liga sul-mato-grossense de botonismo. Seria isso uma ilusão? Quem poderá saber? Só arregaçando as mangas para descobrir. Vamos nessa? Interessados podem entrar em contato pelo Twitter (@helderrafael16) ou helder.rafael16@gmail.com

P.S.: A foto que ilustra o post mostra minha caixinha de botões da regra gaúcha. Tenho dois times, um goleiro, bolinhas e palheta. Só falta a mesa.